Finalmente adulto aos 44
Se tivesse de dividir a minha vida entre infância e idade adulta punha a fasquia no dia em que o Miguel nasceu. Ser pai dá-nos esta ousadia de nos compararmos aos nossos pais, avós, ou irmãos mais velhos, que no meu caso foram verdadeiros modelos do que seria ser pai.
Com o nascimento do primeiro filho, experiência-se a deslocação do nosso centro de gravidade, na realidade a linha de separação não é bem o dia do nascimento, mas mais uma gradação, por que conta mais a vivência e o cuidado que se dedica, mas pela altura do primeiro sorriso, estamos completamente apanhadinhos.
Antes tinha pouca paciência para crianças, mas o Miguel depende de mim, está cá por minha co-responsabilidade e olha para mim com olhinhos de foca... Por isso só existe uma coisa a fazer, ser o melhor pai que souber, com privilégio de partilhar este caminho com a Alexandra e nisso encontramos uma felicidade natural que nos faz sentir adultos pela primeira vez!
Curiosamente é precisamente esta nova condição de adulto que nos aguça a vontade de revisitar a infância e incluir o Miguel nas nossas aventuras, para que ele aprenda a saber escolher as dele... Num ciclo sem fim...
Por isso estamos ansiosos em retomar os passeios e as viagens, mas entretanto fica um pequeno video da luz dos nossos olhos.